quinta-feira, 14 de outubro de 2010


Parabéns a todos nós.


Nós que sabemos o quanto reclamam de nós e mesmo assim, estamos lá:

Nós que sentimos o peso dos livros, necessários e desnecessários, mas estamos lá;

Nós que chegamos à sala, e para muitos não chegamos, mas o sorriso Daquele vale chegar;

Nós que deixamos à família em prol da educação de outras famílias;

Nós que educamos e não regramos;

Nós que aprendemos na mesma medida que ensinamos;

Nós que criticamos e somos criticados;

Nós que reclamamos e somos reclamados;

Nós que vinte horas é uma piada;

Nós que temos como requisito básico suportar o estresse;

Nós que somos injuriados por fraquezas pessoais, as quais o preconceito social nos faz parecer fracos;

Nós que somos afastados, por aparentar “perigo” aos alunos, mas que estes mesmos alunos nos procuram perguntando “por que o sumiço?”

Nós que temos que deixar os sonhos arquivados para regimentar o cronograma e matar os ideais;

Nós que temos a Utopia como formadora, mas que vemos transformar-se Paideia, Paiet’s, Furg...verba!

Nós que temos ônibus, cansaço, pés, pernas, colunas, olhos, cabeça inchados e exaustos, mas o sorriso no rosto à vitória de um aluno;

Viva a nós, anônimos nós, necessários nós, eternos e orgulhosos de sermos apenas nós!

E claro, obrigada a todos vocês que me fizeram ser parte deste Nós hoje, com a convicção, realidade e orgulho de saber que nunca o quero deixar de ser.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Queria nao sentir o que nao quero sentir... mas que me fazem sentir...
Queria nao ser o que não sou... mas me fazem ser
Queria nao chorar o que nao sofro... mas me fazem sofrer
Queria nao saber o que sei... mas que nao consigo esconder...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Baleia ou Sereia?


*Ontem vi um outdoor da Runner**, com a foto de uma moça 'escultural' de biquíni e a frase:

"Neste verão, qual você quer ser? Sereia ou Baleia?"

Respondo: Baleias sempre estão cercadas de amigos. Baleias engravidam e têm filhotinhos fofos. Baleias amamentam.

Baleias nadam por aí, cortando os mares e conhecendo lugares legais como as banquisas de gelo da Antártida e os recifes de coral da Polinésia.

Baleias têm amigos golfinhos. Baleias comem camarão à beça. Baleias esguicham água e brincam muito. Baleias cantam muito bem e têm até CDs gravados.

Baleias são enormes e quase não têm predadores naturais.

Baleias são bem resolvidas, lindas e amadas.

Sereias não existem. Se existissem viveriam em crise existencial:

Sou um peixe ou um ser humano? Não tem filhos pois matam os homem que se encantam com sua beleza. São lindas mas tristes e sempre solitárias...

Runner, querida, prefiro ser baleia!"


*Texto enviando para uma academia. Autor (a) desconhecido (a)

**Academia de ginástica

Disponível em http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.asp?token=EDAE0D1B-A8B9-44B3-97E5-F46300ED48B6&usr=pub&id_projeto=27&ID_OBJETO=112703&ID_PAI=107174&tipo=tre&cp=BF0000&cb=&disciplina=Filosofia&nivel_ensino=Ensino%20M%C3%A9dio&recurso=Textos%20para%20alunos&modo=exibir&n1=&n2=Sistema%20de%20Troca%20de%20Recursos%20Educacionais&n3=Ensino%20M%C3%A9dio&n4=Filosofia&b=s acesso em 21 set 2010.
 
Texto bom para nós "baleias" lermos perto do verão... rsrsrsrs
E então? O que há afinal? Por que essa angústia? Qual a falta? Ou será a sobra? Você sabe do que reclama? Por que reclama? Como se originou? O que pode ser feito para solucioná-lo? Você quer, realmente, solucioná-lo? Viajar? Dizem que é sempre um bom remédio, concordas? Mas também, as viagens sem sair do lugar podem ser muito mais proveitosas, não achas? Quê, não entendes do que falo? E é preciso entendimento? Talvez, a fala seja um dos métodos de resolução, ou não? Ou quem sabe se talvez as palavras e a força natural que carregam sejam as precussoras de todos os problemas? Ah, a vida é uma eterna interrogação, não concordas?

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O enigma

Talvez com medo da escuridão a maior parte das pessoas prefiram não descobrir o que ela pode oferecer. Por acreditarem que a claridade é o melhor, deduzem que na escuridão está o pior. Não acredito nisso. Acho que na escuridão é onde vive o enigma. Se não fosse a escuridão não existiriam o mistério, o segredo, o disfarce e o não dizer. É na escuridão que habitam os melhores sentimentos: o amor é claro? A saudade o é? O estar junto? A felicidade?

Enquanto TNT me diz que quem procura acha, lembro de Clarice Lispector que diz que enquanto tiver perguntas e não houver respostas, continuará a escrever. Por que a escrita esconde as respostas? Ora, a escrita nada mais é do que a escuridão. Pra que ela exista, ou o seu fundo é negro, ou ela própria o é. Quantas mil fotos existem de pessoas que adoram tirar fotos diante à sua estante pessoal? Por que isso existe? Por que quando alguém pega um trabalho acadêmico, a primeira coisa recomendável a se fazer é ver a bibliografia? Letras, oh enigma que o ser humano inventou. Se eu disser: Je peux être heureux dans l'obscurité!!! A menos que você, ou saiba a língua que falo ou consulte um tradutor, continuo na escuridão de meus pensamentos e quereres.

Por que temos tanto medo de nos mostrarmos? Por que nos assustamos quando nos descobrimos como realmente somos – pelo menos naquele determinado momento ou situação? O enigma é o melhor! É a nossa proteção. Proteção, talvez, de nós mesmos.

Se alguém sabe do que falo ou do que sinto, por favor, não me diga... quero continuar assim... enigmática...

domingo, 22 de agosto de 2010

A você,

Que me acompanha em momentos bons e ruins;

Que me entende com olhar;

Que me sacia com o teu olhar;

Que me faz pensar e repensar;

Que me orgulha ao rever meu passado;

Que me anima ao pensar meu futuro;

Que me dá forças para vivenciar meu presente;

Que finge tão mal, que me deixa bem em pensar que ainda se preocupa;

Que tem tantas outras mil preocupações, mas mesmo assim, sinto-me como uma primordial;

Que meu vestir agride por não ser como de alguém sociavelmente aceito;

Que meu cabelo agride por não ser de alguém sociavelmente aceito;

Que se engordo preocupa por não ser alguém sociavelmente aceito;

Que mesmo não sendo – às vezes – sociavelmente aceita, aceitas-me da maneira que sou e estou;

Que tem uma força única, da qual não consigo descrever, mas que me orgulha tanto;

Que faz e refaz seu mundo tentando se adequar ao meu;

Que me permite ser do jeito que aprendi a ser;

Que escondi minhas primeiras lágrimas de amor;

Que fingiu acreditar nas minhas mentiras;

Que sabia onde me buscar quando fugia de casa “pra sempre”;

Que desbravou a internet quando um oceano nos separava;

Que a dor do parto foi a primeira de tantas outras que te causei;

Que viu meus primeiros dentes nascerem, assim como meus cabelos brancos;

Que lutou bravamente para me dar o presente que tenho hoje.

Mãe, palavras não são suficientes para dizer o quanto me orgulho de ter nascido de ti, e ter em mim, um mínimo de Jussara.

A distância que hoje nos separa não é nada para o tamanho do meu amor por ti.

Só o que me resta: obrigada, obrigada e obrigada!


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Intelectual?




Em discussão com amigos, colegas de grupo de pesquisa, teóricos em seus friamente quentes papeis , pergunto-me: quem é, hoje, o intelectual? Durante muito tempo ele foi classificado como aquele escondido atrás de livros, livros e mais livros. Que não tinha propriamente uma identidade, mas uma teoria. Teoria de Marx, de Darwin, de Einstein, de Foucault, de Bachelard... não interessa a área, e sim a teoria de quem a define. E hoje? Milhares e milhares de pessoas continuam estudando, aprendendo, apreendendo conhecimento e transformando em ciência – exata ou humana. Entro nesta discussão para defender o meu intelectual preferido. Seu Beto. Este ai da foto. Ele faz questao de dizer que tem estudo. Mas não foram os anos que fez em curso técnico de veterinária que me atraem. Sua teoria é muito além de livros. É feita da história viva, vivida, sentida e retratada em seu olhar. Um homem que tem a profissão de catador de lixo e que faz a seguinte metáfora: “O animal é como um homem. O catador é como um sapo. O sapo cata mosca, cata mosquito pra sobreviver. E o homem cata lata,cata plástico, cata vidro pra sobreviver. A sociedade nos despreza, ela tem um grau de hipocrisia, que ela tá sabendo que ela precisa de nós, mas ela nos despreza, mesmo ela precisando de nós. Porque sem nós, eles morariam numa montanha de lixo. Sem nós. E nós, sem o sapo, viveríamos tapados de mosca. Então, este é o nosso papel. Nos catemo pra sociedade burguesa sobreviver, e o sapo cata mosca e inseto pra que eles não nos prejudique. Então, comparando pra sociedade nós somos que nem o sapo. Que pra sociedade é um bicho asqueroso. E pra sociedade, nós também somu comparado com uma coisa asquerosa. Mas é a vida. É a vida, e ela nos ensina a viver assim, e assim que tem que ser. Aceitar o desprezo de alguém, às vezes, menor que a gente. Porque eles são menos útil que a gente, mas a gente tem que aceitar.” (Seu Beto, maio de 2009) ao meu ver é um intelectual. E não apenas porque possui inteligência e sabedoria ao falar. Talvez ele nem saiba o que é“metáfora”. No entanto, intelectual, como bem define Gramsci é aquele que se mistura à massa, que não ó tem, mas como expande a sua conscientização política à sociedade. Aprendi com este homem, que hoje tenho como um verdadeiro Homem (com H maiúsculo) que não nos interessa o núcleo que vivemos ou que temos que suportar. O que é preciso é a capacidade de se mostrar, inteiramente, da forma que se é; eis a Teoria Moreira.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Querer nao querer

É algo um tanto estranho o quanto desejamos não desejar tal coisa ou situação. Desejamos que não tenhamos vontade de beber em uma festa a ponto de fazer mais um fiasco; desejamos não amar demais, a ponto de nos humilhar por alguém que nos ama, apenas o suficiente; desejamos não deixar de ler aquele texto chato que precisamos entender para conseguir elaborar o artigo que necessitamos; desejamos não gastar mais que o limite bancário, mas isso é impossível diante às lojas com promoções, tão desnecessárias e necessárias ao mesmo tempo; desejamos não ter crédito no celular sexta à noite, quando começar a chover e nos lembramos daquele que não está mais aquecendo nossos pés, em dias de chuva; desejamos não desejar ligar, caso tenhamos saldo nesta sexta...
Enfim, e o pior de tudo isso é que depois que a vontade passa, e quando acontece a excessão de termos sedido ao primeiro desejo, ou seja, de nao desejar, vemos que aquilo que parecia impossível, nao é nada, na realidade.
Escrevo isto, hoje, por inúmeros fatores.
O primeiro dele refere-se ao texto aqui em baixo. Só o publiquei agora porque não representa mais nada para mim. Tornou-se um texto que deve ser lido. A pessoa a qual eu escrevi nunca soube de sua existência, e acredito que continuará a não saber... risos... Porém, era um texto, dos milhares que tive em meu PC, com senha. Sempre que coloco senhas em meus textos, elas são superficiais e fáceis de esquecer, porque ao escrever eu extrapolo este sentimento que me angustia e é como se eu conseguisse minimizá-lo. A senha é colocada, então, para que ninguém possa ter acesso a ele, inclusive eu mesma, uma vez que já terei a esquecido.  Este jogo bobo foi feito porque muitas vezes desejei não desejar sentir aquele sentimento arquivado em word novamente. E ao lê-lo dou-lhe vida. Foi o que aconteceu com este aí (que só sobreviveu ao delete porque lembrei da senha), tem uma vida, no entanto, uma nova vida. Não mais depressiva e deprimente como foi à época.
Escrevo também por ter sido, há poucos minutos atrás, testemunha de um grande passo dado por uma amiga. Pediu divórcio de um casamento acabado há tempos. A relutância dela sempre foi desejar não desejar este divórcio, mas quando conseguiu concretizá-lo sua reação foi: "Pior é que eu acho que estou bem...o duro foi o dizer pra ele...tudo me leva a isso, como eu sou bunda mole...já era pra ter feito isso(...)"
Escrevo também porque estou com inúmeros polígrafos em volta, os quais preciso ler e entender para a preparação de uma seleção de mestrado. Desejo não desejar deixar de ler, no entanto, isso sempre acaba acontecendo. Neste exato momento, por exemplo, devia não estar escrevendo e sim lendo-os.

Fazer o quê? Não sei. Realmente não sei. Apenas vou fazendo à medida que sou. Assim, acredito que agimos e pensamos todos nós, nao é?

domingo, 15 de agosto de 2010


Enquanto finges que dormes, finjo que te amo, finjo que te quero, finjo que te desejo. Finjo porque meu corpo não consegue esconder a dor de saber perder-te. Sua distância em sua presença é pior que a ausência. Dor de não ser desejada... sinto-me de novo uma mulher vazia, sem nada além de defeitos. Tirasse-me de um caos, mostrasse-me o quão se pode ser feliz e ao caos me devolves... o que mais dói é saber que você não tem sequer noção do que esta fazendo.
Há muito tempo não tinha o desejo de descobrir defeitos e odores de alguém, você aparece todo imperfeito, se encaixando perfeitamente ao espaço que me faltava e que sequer imaginava que existia.
Queria saber onde errei... talvez em me permitir ser eu... mostrei-te o meu lado mais seguro. Não quis ser uma mulher apenas, quis ser alguém, alguém que tem micose nos pés, cabelos estranhos e um corpo que afasta... mostrei-te um ronco, um chulé, uma porção de cremes que iludem a beleza industrializada. Me inibis na musica, fico muda; encantada, no entanto, assim como Ulisses diante ao canto das sereias, busco uma salvação pra não me deixar levar- ser fiel ao meu destino...se é que eu sei qual é. Vivo-o apenas, e hoje você faz parte dele. Até quando? Quero não pensar no futuro e viver o presente, mas me vejo ridícula agora... tento ser a aventureira que me lembrasse ser na primeira semana que vivemos juntos, no entanto, já não tens paciência pra mim...
Ia ser tão mais fácil se eu conseguisse me envolver com outras pessoas, entregar meu corpo a qualquer outro cara, que espero não ter nome, risada, história, olhar, para assim não correr o risco de tentar te achar nele...
Aff...o que é isso?
Deixe-me, deixe-me, deixe-me apenas sentir-te e não me deixe...não me deixe, não me deixe...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010


Palavras,

assustam, enfeitiçam, aproximam e afastam.

Nunca soube usá-las.

Já me trairam inúmeras vezes.

Por ter a profissão de professora, sou cobrada pelo seu uso correto e adequado.

No entanto, não consigo usar uma máscara para ser professora, para ser amiga, para ser filha, irmã, amante, mulher. Sou assim.

Hoje uma amiga me disse algo que já sabia, mas não queria acreditar.

"Renata, tu lida com teus sentimentos, da mesma forma que lidas com teu profissional."

Não sei dividir-me ou me aceitar em mil. Sou una, sou assim, e nao gosto de o ser.

Acho um grande defeito não saber me adequar às situações e pessoas.

Publico esse desabafo esperando que amigos, principalmente vocês, ao lerem, entendam o porquê de meu agir tão insensato.

Quero desculpar-me pelas incoerências com vocês, comigo mesma e com a gente.

Amo e necessito estar e ser aceita por vocês, e principalmente, por mim.

Por que sismas em me seguir?

Já disse tantas vezes que não te quero.

Incomodas, importunas, preocupas.

Prefiro o outro. Aquele que tenho sempre e tão fácil.

Mas, quando você chega, ele se afasta.

Deixa-me mal, cansada e insatisfeita.

Vai, insônia, vá para longe de mim.

Deixe o sono, meu desejado e querido, vir me abraçar.

Chegas, sentas, olhas, cheiras.

Achega-me, senta-me, olha-me, cheira-me.

Digo: Chega.

Acordo, e ainda não chegas.