terça-feira, 6 de novembro de 2007

As lavadeiras

As lavadeiras no tanque noturno
responderam ao canto da sibila.


“Lavamos os mortos,
Lavamos o tabuleiro das idéias antigas
E os balaústres para repouso do mar...
Nele encontramos restos de galeras,
Quem nos desviará do nosso canto obscuro?
Nele descobrimos o augusto pudor do vento,
O balanço do corpo do pirata com argolas,
Nele promovemos a sede do povo
E excitamos a nossa própria sede...”

As lavadeiras no tanque branco

Lavam o espectro da guerra. Os braços das lavadeiras
No abismo noturno
Vão e vem
(Murilo Mendes

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