Que me entende com olhar;
Que me sacia com o teu olhar;
Que me faz pensar e repensar;
Que me orgulha ao rever meu passado;
Que me anima ao pensar meu futuro;
Que finge tão mal, que me deixa bem em pensar que ainda se preocupa;
Que tem tantas outras mil preocupações, mas mesmo assim, sinto-me como uma primordial;
Que meu vestir agride por não ser como de alguém sociavelmente aceito;
Que meu cabelo agride por não ser de alguém sociavelmente aceito;
Que se engordo preocupa por não ser alguém sociavelmente aceito;
Que mesmo não sendo – às vezes – sociavelmente aceita, aceitas-me da maneira que sou e estou;
Que tem uma força única, da qual não consigo descrever, mas que me orgulha tanto;
Que faz e refaz seu mundo tentando se adequar ao meu;
Que me permite ser do jeito que aprendi a ser;
Que escondi minhas primeiras lágrimas de amor;
Que fingiu acreditar nas minhas mentiras;
Que sabia onde me buscar quando fugia de casa “pra sempre”;
Que a dor do parto foi a primeira de tantas outras que te causei;
Que viu meus primeiros dentes nascerem, assim como meus cabelos brancos;
Que lutou bravamente para me dar o presente que tenho hoje.
Mãe, palavras não são suficientes para dizer o quanto me orgulho de ter nascido de ti, e ter em mim, um mínimo de Jussara.
A distância que hoje nos separa não é nada para o tamanho do meu amor por ti.
Só o que me resta: obrigada, obrigada e obrigada!