terça-feira, 2 de outubro de 2007

Manuela


Caríssimos,
É com muito orgulho e alguns bravejos de minha irmã que venho anunciar o nascimento de Manuela.
Bravejos porque Manu resolveu nascer às 05:32hs de uma segunda-feira pós desfile tradicionalista no Cassino, o qual a minha irmã que dormia ao meu lado foi, desfilou e voltou até a Vila da Quinta, onde moramos, a cavalo - naturalmente um pouco cansada...
Bom, tendo retornado, ela, ao sono podemos continuar.
Manu é a nossa personagem que fecundará todos os movimentos lusitanos que serão narrados aqui. A literatura a definiria como verossímil. Aos que não sabem o que é verossimilhança posso defini-la como uma "semelhança" com a verdade. Nem mentira, nem verdade, apenas semelhante.
Manuela, na vida real, é uma menina de treze anos que tem me deixado muito inquieta nos últimos meses. Seu olhar encorajador, destemido e forte é o responsável por eu a ter escolhido. Pois, preciso dessa coragem para seguir.
Anuncio aqui que minha passagem foi novamente transferida para o dia 09/10, e que com ou sem visto de estudante, estou indo. Irei como turista, se for necessário. E retirar, quando chegar o visto, em Vigo, na Espanha.
Semana passada fui à rodoviária despedir-me da Utopia, Gustavo. Um sonhador que me ajudou infinitamente a transformar-me no que sou hoje, seja lá o que eu for. Estávamos fora do ônibus vendo a Utopia ir embora, eu a Razão - Maisson - e a Emoção - Alexandre - em lágrimas. Sei que de dentro do ônibus, nossas lágrimas eram entrelaçadas às da Utopia. Assim como estamos todos nós, hoje, fecundados em um só. Com certeza há em mim, a Utopia, a Razão e a Emoção, e em cada um deles, há um pouco de mim, também. Fazendo, portanto, que nem a Emoção, nem a Razão e, principalmente a Utopia, tenham fim. Seremos sempre, independentes dos caminhos que escolhermos, "nóis4".
Após a partida do ônibus, a Utopia nos mandou uma mensagem com um trecho de Legião: "o que é para sempre, sempre acaba" seguindo com "isso me inquieta". Naturalmente a Utopia não será a mesma tendo enfraquecido o contato com a Razão e a Emoção, e no mesmo momento decidimos responder também com Legião: " O mundo começa agora, apenas começamos".
Narrei-lhes esse marco de minha trajetória, caríssimos, por que essa mensagem não sai de meu pensamento: Apenas começamos. Sim. Sempre. "Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou, mas tenho muito tempo. Temos todo o tempo do mundo." Temos, acredito, o tempo suficiente para "apenas começar", basta querermos e nos guiarmos pelo caminho que escolhermos.
Neste momento preciso que os olhos de Manu me guiarem.
Pronto! Fim de parto! Cordão umbilical cortado. Ela não me pertence mais. Agora ela é de todos nós.
Apenas comece, Manu.

2 comentários:

Unknown disse...

Muito criativo da sua parte Renata...

Devaneios de Literata disse...

Renata... publique no blog que me mostrou, se for possível.

Eu nunca pensei me tornar personagem de alguma história. Nunca pensei existir essas 3 pessoas fabulosas com as quais tenho grande amor e amizade, cada um com ao seu sabor. Jamais imaginei tantas conquistas profissionais em meio a tantas dificuldades assim como nunca poderia imaginar que a humanidade poderia chegar as atuais terríveis inconsequências e atrocidades. Por um momento estes fatos fizeram-me acreditar que talvez a realidade pudesse ser melhor que os sonhos, a imaginação, ou seja, não consegui alcançar aquilo que a vida me oferece a cada dia. Não seria então a realidade melhor que os sonhos? Antes mesmo de terminar este pensamento foi inevitável a conclusão: se realmente os fatos (realidade) me surpreendem, seja positiva ou negativamente, é porque sonhei.
Beijos aos amigos que são melhores que meus sonhos e meu luto a humanidade que, graças a minha imaginação, são piores que meus sonhos.
Ass: UTOPIA